Fala, Zé! É… Difícil, bem difícil. Ontem foi um dia em que o Botafogo perdeu muito, sem nem mesmo ter entrado em campo. Infelizmente o Cara lá de cima nos obrigou a despedir de um ícone da transmissão esportiva, o grande e inesquecível Luiz Mendes, radialista, jornalista e o melhor: Botafoguense. Um cara que tinha orgulho por espalhar a felicidade, levando a informação e, por que não, a paixão a todos os cantos deste país através das ondas do rádio. Zé, eu sou de uma época (quando comecei a acompanhar futebol) onde não havia pay-per-view. Então, se eu não estivesse na arquibancada ou o jogo não fosse transmitido pela TV aberta, o único jeito era recorrer à magia do rádio. E que magia! Assim, dessa forma lúdica e verdadeira ao mesmo tempo, eu me formei em futebologia e, com certeza, uma das maiores referências que tive foi o mestre Luiz Mendes. Pra mim, o fora de série (em qualquer ramo ou categoria) faz seu ofício parecer simples, fácil, onde qualquer um acha que poderia exercer. Mas basta uma tentativa em vão, para nós, reles mortais, reconhecermos e reverenciarmos o talento e o profissionalismo de figuras como a do grandessíssimo Luiz.
Infelizmente não tive oportunidade de agradecer pessoalmente, dizendo o quanto ele me ajudou. Mas, com certeza, de onde estiver está realizando o quanto contribuiu, não só pra mim, mas para o esporte brasileiro em geral. Pelo menos agora o Luiz Mendes está pertinho da Estrela e assim pode abençoar melhor o seu Glorioso Botafogo. E nos abençoar por tabela também. Quem tanto fez, nunca será desfeito. Sua história permanece, mestre. Como hoje em dia se faz mais merchandising do que comentários sobre o futebol, a perda do Luiz Mendes se torna ainda mais lamentável, Zé. De certa forma, daqui pra frente, as análises perdem originalidade, perdem um pouco da contundência. Ontem as palavras fáceis ficaram mais difíceis. É por essas e outras que acredito que quem morre vai pra um lugar muito melhor que este aqui. Afinal, imagina agora como estão todos lá em cima, acompanhando atentos a uma mesa redonda inédita, formada por João Saldanha, Armando Nogueira, Sandro Moreyra e Luiz Mendes, todos falando só sobre o Fogão. Se é que dar pra nos animarmos um pouco depois de uma notícia assim, quando o também mestre Armando Nogueira nos deixou, em meio a uma disputa em 2010, a Estrela Solitária brilhou e foi campeã para homenagear seu ídolo. Esperamos que agora a história se repita e a Taça seja dedicada ao grande Luiz. Devemos isso a ele. Vá em paz e muito obrigado.
É, Zé, vamos tentar tocar o barco, então, bola pra frente. Uma galera do bem e Botafoguense, é claro (acho até que isso é redundância), me chamou para fazer parte de um projeto bem bacana, que vou dividir por aqui com vocês. A Rádio Botafogo, um espaço também em preto e branco legítimo, semanalmente tem um podcast maneiríssimo, todinho pra gente falar sobre aquele pavilhão magnífico, residente em General Severiano-RJ. E falar sobre Botafogo é comigo mesmo. A partir de hoje, faço parte desta bancada virtual “agarrinchada”, cheia de zoação, informação e, óbvio, amor pelo Botafogo. Aliás, está aí mais uma forma pra gente trocar bons fluídos Alvinegros. E talvez hoje seja um dia inspirado para lançar uma novidade assim. Afinal, já damos o pontapé inicial tendo a luz de um mito que nos deixou e nos influencia cotidianamente com seu estilo único e insubstituível. Espero que você goste. Sugestões, reclamações e opiniões são sempre bem vindas e os comentários são pra isso. Chega mais. Ah! E não esquece, heim?! Sábado tem Fogão no Niltão. E vamos com tudo pra engrenar de vez a arrancada. Encontro você lá. Abraço, Zé!
Com colaboração do Blog do João Roberto